sexta-feira, 17 de março de 2017

Algumas vezes ser sozinha é um saco!

Pronto falei.



Não estou procurando piedade nem estou buscando desesperadamente ter alguém do meu lado. Nem mesmo estou procurando simpatia. Estou apenas afirmando um fato.

A maioria dos dias estou muito bem sozinha. Mas todos nós temos dias em que a vida não é exatamente como gostaríamos ou como deveria ser.

Como seres humanos, desejamos conexão. Não fomos feitos para estar sozinhos. Precisamos desse sentimento de pertencer. Todos temos conexões com outros; Nossa família, nossos filhos ou nossos amigos. Mas a conexão com alguém especial é diferente.

Minha vida é cercada por muitas pessoas que me amam. Sou, de fato, uma pessoa muito sortuda. Mas em alguns dias largo um - suspiro - alguns dias eu desejo mais.

Alguns dias, ter que pagar sozinha todas as contas é um saco.

Alguns dias ter uma renda extra seria incrível! Seja para poder se divertir um pouco ou para móveis novos. Ou uma viagem. Ou apenas algum extra sem ter que me preocupar com isso. Uma conta conjunta onde parte do meu dinheiro e parte do seu dinheiro vai cada mês para cobrir as necessidades e uma conta nossa com um fundo para diversão.

Alguns dias, criar uma receita nova é uma merda.

Tem dias que da vontade de fazer aquela receita estranha, mas não tem ninguém para ser minha cobaia. Cozinhar para um é difícil. E sinceramente, não gosto. Odeio ter que cortar uma receita para um. Sempre acabo com sobras. E não há ninguém para dizer que ficou maravilhoso ou até mesmo horrível. Ninguém para sugerir quem sabe pedimos uma pizza, pois isso esta desastre.

Alguns dias a casa é muito calma.

Há muito espaço para que os pensamentos possam correr livremente. Não há ninguém para responder perguntas tolas. Ninguém para me ouvir passear. Ninguém deixar aquele longo suspiro por algo que eu possa ter feito ou não feito. Ninguém para gritar tira essa música. Ninguém para te dar apoio e abrir a porta quando chego com os braços cheio de roupas. Ninguém para culpar que a cozinha está um desastre.

As vezes utilizar equipamentos para um só parece desperdício. Não há ninguém para dividir a máquina de lavar ou de secar. Ninguém para ajudar a dobrar. Ninguém pergunta por que o outro lado da cama está cheio de roupas limpas que não foram guardadas.

Alguns dias a cama é muito grande.

Sua superfície vira um vasto deserto. Ninguém para se aconchegar. Ninguém para reclamar. Ninguém para dar cotoveladas e mandar parar de roncar. Tem noites em que isso acontece, em que me mudo para dormir no sofá. Me enrolo nas almofadas, para sentir que tenho algo em que me apoiar. Assim, não sinto tanto o vazio.

Alguns dias as tarefas diárias parecem esmagadoras para serem feitas sozinha.

Corre ali. Pegue isso. Largue isso. Ninguém para ligar ou para perguntar se pode pegar o leite que foi esquecido. Ninguém para dividir as tarefas. Ninguém para pedir ajuda com as coisas cotidianas que fazemos.

Não tem ninguém para questionar porque estamos assistindo aquela novela ou programa estúpido. Ninguém para se irritar porque está respirando muito alto ou piscando muitas vezes. Ninguém para brigar pelos pratos sujos deixados na cozinha e que não foram colocados na máquina de lavar.

Alguns dias estar sozinha é exaustivo, por todas essas razões práticas e, em seguida, vem outra mil razões.

Nenhum toque acalentador de alguém que te ama. Nem uma palavra falada, apenas "estar" .

Não há nenhum olhar te assistindo ou te observando quando me arrumo pela manhã, nenhum sorriso bobo porque escolhemos aquela roupa. 

Sem pensamentos compartilhados. Ninguém envia aquele texto... "Estou pensando em você" durante o dia.

Não há almoços improvisados apenas porque o outro ficou com preguiça de ir até lá buscar.

Sem flores para lembrar em um momento que és amada.

A porta não abre no final do dia para sabermos que há alguém.

Ninguém para suspirar suavemente quando perguntam sobre o seu dia.

Ninguém para lhe dar aquele abraço que diz "Estou aqui" quando parece que o mundo inteiro caiu.

Ninguém para enrolar ou aquecer aquele pé frio na cama.

Ninguém para estar ali no meio da noite quando perdemos o sono.

Então sim, alguns - não todos, mas alguns dias - ser sozinha é uma merda!

Ninguém para matar as aranhas.

por Martína Mädche, advogada
OAB/RS 60.281


Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio  em momentos de conflito e crise familiares. 




Caso precise entrar em contato: Martína Mädche

Advogada e Profissional de Ajuda.
Contato: martina.madche@gmail.com

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