segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Libertando-me da minha história: Eu não sou uma mulher despedaçada.

  
Chega um momento no qual precisamos fazer uma escolha! Podemos continuar vivendo as mesmas histórias antigas, com os mesmos personagens antigos e gerando e lambendo as mesmas velhas feridas, até  que um dia morreremos.
Ou, podemos nos levantar agarrar e agarrar corajosamente a vida pelas próprias mães e partir para algo novo. Essa pode ser a coisa mais assustadora do mundo – mas a mais libertadora também.
Minha história vive ecoando, digitado em negrito e itálico,eu sou uma vítima”;’ “Eu sou fraca sem voz e submissa”; “Sou uma mulher quebrada/depedaçada”.
Mas eu estou pronta para superar tudo isso.
Hoje sei que as coisas dolorosas não importam. Tudo que me quebrou e que aconteceu, não importa, nem mesmos quantos pedaços de mim sobraram, porque na verdade nunca fui uma mulher quebrada!.
Terminei com aquele capítulo, esse livro, essa história foram bem ensaiadas. A página final foi escrita, encadernada e selada. Estou pronta para honrar novas páginas - amá-las e conhecê-las com a sabedoria do coração - mas também estou pronta para queimá-las com meu espírito rebelde. Porque não somos nossas histórias! Não somos os grandes ou terríveis personagens que criamos. Não somos nossos erros, nossas feridas. Somos espírito. Somos alma. Somos infinitamente mais mágicos que a soma total de eventos que nos aconteceram e pessoas que nos feriram.

Se existe uma história antiga e cansada que esteja pronta para libertar. – essa é hora de abraçar completamente seu futuro, com todo o seu coração além de um sorriso curioso - então junte-se a mim. Vamos amorosamente queimar aqueles contos cansados e limitantes para mergulhar com orgulho no momento presente, vamos nos libertar e deixar ir tudo o que pensávamos que nos definia, mas nunca realmente definiu.
A melhor maneira de fazer isso é escrever nossas histórias na íntegra. Para cuidadosamente digitar os contos exatos, as palavras, crenças e memórias na qual nos apoiamos. Fazendo isso, percebemos que eles nunca nos definiram. Fazendo isso, mudamos nosso destino.
Transcendemos tudo o que pensamos que éramos e nos orgulhamos de tudo o que podemos ser.

Aqui está a minha história. Eu a escrevo para deixá-la ir.Escrevo para transformá-la.

Um lenço velho com o cheiro de um antigo perfume me enche com lembranças repugnantes velhas e azedas. Não são memórias bonitas das quais me orgulho. Ah não.
Estas são as lembranças grosseiras, escuras, escondidas, vergonhosas, que me assombram como fantasmas malvados, como sonhos ruins, como pesadelos que realmente eram. Memórias que eu nunca quis falar, mas ainda existem se eu as escutar.

Aquelas  vezes em que minha carne foi tocada quando eu não queria que ela fosse tocada.
Os tempos nos quais meus limites foram violados, cruzados e transgredidos sem mesmo pensar.
Às vezes em que fui manipulada, pisoteada, intimidada, provocada, e me mandaram calar a boca.
Às vezes que sentei lá em silêncio atordoada, e deixei tudo acontecer.
O cheiro daquele velho perfume permanece no ar, docemente doce, como uma página esfarrapada, amarelada, como uma definição cruel que me segue por toda parte.
Uma mulher abusada. Uma mulher quebrada. Uma mulher submissa que não teve um único pensamento seu. Uma menina patética que faria absolutamente qualquer coisa para ser aceita ou amada até mesmo aceitar ser depreciada todos os dias.
Isso foi o que pensei de mim por tanto tempo.

Ainda me vejo como em uma tela de cinema, a mesma cena se repetindo diversas vezes: eu, sentada ali, congelada como uma marionete, uma triste marionete, servindo despreocupadamente a todos os caprichos e necessidades. Nunca dizendo “NÃO”. Somente acenando com cabeça, em um sorriso doce, automatizado, emitindo um sussurro resignado de "sim".

Há páginas rasgadas no meu coração; Há capítulos escuros que ainda me aterrorizam, mas eu não quero escondê-los mais. Não mais vergonha desses lugares feridos dentro de mim. Eu os possuo. Eu possuo cada pedaço de sua esplendorosa e escura existência. Talvez eu os tenha quebrado em alguns pontos, talvez meu coração tenha ficado machucado, mas não sou uma mulher quebrada.
Nunca fui. Sou uma fênix se reerguendo.
Sou uma mulher selvagem e curativa que recupera seu valor, conhecendo o brilho de seu poder, sorrindo e renascendo diariamente, através de suas próprias mãos.
Sou uma mulher forte que aprende constantemente lições bonitas mesmo das mais cruéis, ciladas dos destinos.
Não sou uma mulher quebrada.
Sou um falcão voando livre, uma Fênix ressurgindo das cinzas da escuridão com nada além de meu coração, um sorriso cintilante um ser inteiro - minha vontade inquebrável de sobreviver, com muita sede de continuar tentando, até um dia prosperar!
Pela primeira vez na minha vida, estou colocando minhas mãos no volante, para dirigir, dirigir para onde- exatamente eu quero ir.

Não posso esquecer o que aconteceu comigo - as maneiras que me senti quebrada, silenciada e violada. Talvez eu nem possa perdoá-la, mas posso transmutá-la; Posso transformá-la
.
Posso transformar cada pedaço de minha dor em um mosaico de florescente beleza. Posso sombrear as bordas cheias de carvão de minha vergonha e preencher as más lembranças com flores e assim preencher cada camada de tristeza - de sufocação, de lama pegajosa, - posso assim fazer uma nova vida.
Eu posso ficar inteira, não ser quebrada, mas por causa disso.
E assim eu vou.
Recuperarei minha alma, retomarei cada pedacinho do meu poder que sempre me pertenceu, e eu pintarei uma nova vida deliciosa. Uma vida que é verdadeiramente minha.
Uma vida de liberdade.
Agora esse será o perfume que a brisa me traz, entre respirações ofegantes de memórias amargas e azedas, percebo um aroma de frescor como orvalho, algo mais suave, mais picante, mais substancial do que o passado - como a canela, o cardamomo e o sândalo misturados, casando com um incenso sagrado e nutritivo para a minha alma.
É cheiro belo do aroma da liberdade. Minha tão esperada liberdade.
A liberdade que devorarei com cada fibra do meu ser. Porque a liberdade, oh, doce liberdade, você sempre foi minha; eu só não sabia como acessá-la. Hoje eu reivindico você com fome com todo o meu coração, com um ridículo sorriso no meu rosto.
Porque não sou uma mulher quebrada. Não sou uma mulher presa, fraca, sem voz, frágil, invisível.
Eu nunca fui.
E a história do passado não foi esquecida, foi trasmutada feita mais bonita por esta realização liberadora. Foi um capítulo doloroso. Doeu, e nada vai fazer isso mudar, mas não preciso disso para ficar bem, eu não preciso ir para o passado para deixar tudo bonito ou tudo melhor. Posso estar aqui agora e abraçar o passado, cheio de trevas com o gosto da dor com dragões cuspidores de fogo.
Sim, um passado, cheio de tudo que me levou a olhar para minha própria sombra e voltar a brilhar. Um passado que me lembrou no final da luz que devo seguir.

"Você viu minha morte, 
agora assistirá meu nascer." 
~ Rumi 
Adaptação to texto de: Sarah Harvey


Martína Mädche, advogada
OAB/RS 60.281

Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio  em momentos de conflito e crise familiares. 


Caso precise entrar em contato: Martína Mädche



Advogada e Profissional de Ajuda.

Contato: martina.madche@gmail.com
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