Chega um momento no qual precisamos
fazer uma escolha! Podemos continuar vivendo as mesmas histórias antigas, com
os mesmos personagens antigos e gerando e lambendo as mesmas velhas feridas,
até que um dia morreremos.
Ou,
podemos nos levantar agarrar e agarrar corajosamente a vida pelas próprias mães
e partir para algo novo. Essa pode ser a coisa mais assustadora do mundo – mas a mais
libertadora também.
Minha
história vive ecoando, digitado em negrito e itálico,”eu sou uma vítima”;’ “Eu sou
fraca sem voz e submissa”; “Sou uma mulher quebrada/depedaçada”.
Mas
eu estou pronta para superar tudo isso.
Hoje
sei que as coisas dolorosas não importam. Tudo que me quebrou e que aconteceu,
não importa, nem mesmos quantos pedaços de mim sobraram, porque na verdade
nunca fui uma mulher quebrada!.
Terminei
com aquele capítulo, esse livro, essa história foram bem ensaiadas. A página
final foi escrita, encadernada e selada. Estou pronta para
honrar novas páginas - amá-las e conhecê-las com a sabedoria do coração - mas
também estou pronta para queimá-las com meu espírito rebelde. Porque não somos nossas
histórias! Não somos os grandes ou terríveis personagens que criamos. Não
somos nossos erros, nossas feridas. Somos espírito. Somos alma. Somos
infinitamente mais mágicos que a soma total de eventos que nos aconteceram e
pessoas que nos feriram.
Se
existe uma história antiga e cansada que esteja pronta para libertar. – essa é
hora de abraçar completamente seu futuro, com todo o seu coração além de um
sorriso curioso - então junte-se a mim. Vamos amorosamente queimar aqueles contos
cansados e limitantes para mergulhar com orgulho no momento presente, vamos nos
libertar e deixar ir tudo o que pensávamos que nos definia, mas nunca realmente
definiu.
A
melhor maneira de fazer isso é escrever nossas histórias na íntegra. Para
cuidadosamente digitar os contos exatos, as palavras, crenças e memórias na
qual nos apoiamos. Fazendo isso, percebemos que eles nunca nos definiram. Fazendo
isso, mudamos nosso destino.
Transcendemos
tudo o que pensamos que éramos e nos orgulhamos de tudo o que podemos ser.
Aqui está a minha história. Eu a escrevo para deixá-la ir.Escrevo para transformá-la.
Um
lenço velho com o cheiro de um antigo perfume me enche com lembranças
repugnantes velhas e azedas. Não são memórias bonitas das quais me orgulho. Ah não.
Estas
são as lembranças grosseiras, escuras, escondidas, vergonhosas, que me assombram
como fantasmas malvados, como sonhos ruins, como pesadelos que realmente eram. Memórias
que eu nunca quis falar, mas ainda existem se eu as escutar.
Aquelas vezes em que minha carne foi tocada quando eu
não queria que ela fosse tocada.
Os tempos nos quais meus limites
foram violados, cruzados e transgredidos sem mesmo pensar.
Às vezes em que fui manipulada,
pisoteada, intimidada, provocada, e me mandaram calar a boca.
Às vezes que sentei lá em silêncio
atordoada, e deixei tudo acontecer.
O
cheiro daquele velho perfume permanece no ar, docemente doce, como uma página
esfarrapada, amarelada, como uma definição cruel que me segue por toda parte.
Uma
mulher abusada. Uma mulher quebrada. Uma mulher submissa que não teve um único pensamento seu. Uma
menina patética que faria absolutamente qualquer coisa para ser aceita ou amada
até mesmo aceitar ser depreciada todos os dias.
Isso
foi o que pensei de mim por tanto tempo.
Ainda
me vejo como em uma tela de cinema, a mesma cena se repetindo diversas vezes:
eu, sentada ali, congelada como uma marionete, uma triste marionete, servindo
despreocupadamente a todos os caprichos e necessidades. Nunca dizendo “NÃO”. Somente
acenando com cabeça, em um sorriso doce, automatizado, emitindo um sussurro
resignado de "sim".
Há
páginas rasgadas no meu coração; Há capítulos
escuros que ainda me aterrorizam, mas eu não quero escondê-los mais. Não mais
vergonha desses lugares feridos dentro de mim. Eu os possuo. Eu possuo cada
pedaço de sua esplendorosa e escura existência. Talvez eu os tenha quebrado em
alguns pontos, talvez meu coração tenha ficado machucado, mas não sou uma
mulher quebrada.
Nunca
fui. Sou uma fênix se reerguendo.
Sou
uma mulher selvagem e curativa que recupera seu valor, conhecendo o brilho de seu
poder, sorrindo e renascendo diariamente, através de suas próprias mãos.
Sou
uma mulher forte que aprende constantemente lições bonitas mesmo das mais
cruéis, ciladas dos destinos.
Não
sou uma mulher quebrada.
Sou
um falcão voando livre, uma Fênix ressurgindo das cinzas da escuridão com nada
além de meu coração, um sorriso cintilante um ser inteiro - minha vontade
inquebrável de sobreviver, com muita sede de continuar tentando, até um dia
prosperar!
Pela
primeira vez na minha vida, estou colocando minhas mãos no volante, para
dirigir, dirigir para onde- exatamente eu quero ir.
Não posso esquecer o que aconteceu
comigo - as maneiras que me senti quebrada, silenciada e violada. Talvez eu nem possa perdoá-la, mas posso transmutá-la; Posso transformá-la
.
Posso
transformar cada pedaço de minha dor em um mosaico de florescente beleza. Posso
sombrear as bordas cheias de carvão de minha vergonha e preencher as más
lembranças com flores e assim preencher cada camada de tristeza - de sufocação,
de lama pegajosa, - posso assim fazer uma nova vida.
Eu
posso ficar inteira, não ser quebrada, mas por causa disso.
E
assim eu vou.
Recuperarei
minha alma, retomarei cada pedacinho do meu poder que sempre me pertenceu, e eu
pintarei uma nova vida deliciosa. Uma vida que é
verdadeiramente minha.
Uma
vida de liberdade.
Agora
esse será o perfume que a brisa me traz, entre respirações ofegantes de
memórias amargas e azedas, percebo um aroma de frescor como orvalho, algo mais
suave, mais picante, mais substancial do que o passado - como a canela, o
cardamomo e o sândalo misturados, casando com um incenso sagrado e nutritivo
para a minha alma.
É cheiro
belo do aroma da liberdade. Minha tão esperada liberdade.
A liberdade
que devorarei com cada fibra do meu ser. Porque a liberdade,
oh, doce liberdade, você sempre foi minha; eu só não sabia como acessá-la. Hoje eu reivindico você com fome com todo o meu coração, com um
ridículo sorriso no meu rosto.
Porque
não sou uma mulher quebrada. Não sou uma mulher presa, fraca, sem
voz, frágil, invisível.
Eu nunca fui.
E a
história do passado não foi esquecida, foi trasmutada feita mais bonita por
esta realização liberadora. Foi um capítulo doloroso. Doeu,
e nada vai fazer isso mudar, mas não preciso disso para ficar bem, eu não
preciso ir para o passado para deixar tudo bonito ou tudo melhor. Posso estar
aqui agora
e
abraçar o passado, cheio de trevas com o gosto da dor com dragões cuspidores de
fogo.
Sim,
um passado, cheio de tudo que me levou a olhar para minha própria sombra e
voltar a brilhar. Um passado que me lembrou no final da luz que devo seguir.
"Você viu minha morte,
agora assistirá meu nascer."
~ Rumi
Adaptação to texto de: Sarah Harvey
Martína Mädche, advogada
OAB/RS 60.281
Martína Mädche, sou fundadora do blog, sendo que este projeto busca inspirar e transformar as vidas de pessoas. Tenho familiaridade com as conversas internas que temos. Conheço pessoalmente o diálogo interno negativo que e se manifesta a vergonha em tudo: relacionamentos, comunicação, parentalidade, o caminhar da vida. Através de minhas experiências familiares e profissionais, procuro ajudar homens e mulheres a percorrerem o processo de libertar-se de suas lutas internas. Nesse blog encontrarão orientações, diversas práticas e treinamentos que visam dar apoio em momentos de conflito e crise familiares.
Caso precise entrar em contato: Martína Mädche
Advogada e Profissional de Ajuda.
Contato: martina.madche@gmail.com
Grupo de Apoio do face: Separei e Agora?
Comunidade: Martina.MädcheComunidade: Divórcio para Eles
Comunidade: Divórcio para Elas
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